Quarenta e três anos é um tempo muito longo para recordar o nome
de  uma  pessoa  com  a  qual  não houve  muito  relacionamento.  E,
infelizmente, eu me esqueci do nome de uma velha senhora que era
uma cliente em  minha rota de entrega de jornais quando eu era um
menino  de  doze  anos.  Contudo,  parece que foi ontem que ela me
ensinou uma lição de perdão que jamais esquecerei.


Em  uma  tarde  de  sábado,  um  amigo  e  eu  jogávamos pedras no
telhado  da  casa  da velha senhora. O objetivo de nossa brincadeira
era observar como as pedras viravam mísseis quando despencavam
do telhado. 

Eu  encontrei  uma  pedra  perfeitamente  lisa  e  a  envie i para   um
passeio. A pedra era demasiado lisa, então ela escorregou de minha
mão  e  foi direto  até  a janela do quarto da senhora. Ao barulho do
vidro  quebrado,  nós  fugimos  mais  rapidamente  do que os nossos
mísseis. 

Eu  estava  assustado  demais  para  me preocupar em como seria a
primeira noite da velha senhora com a janela quebrada. Entretanto,
alguns  dias  mais  tarde, quando eu estava certo que não tinha sido
descoberto,  eu  comecei  a  me  sentir  culpado  por  seu  infortúnio.

Ela me cumprimentava  com um sorriso  em todos os dias em que eu
lhe  entregava  o  jornal,  mas  eu não me sentia confortável em sua
presença.

Eu  decidi economizar  o  dinheiro  que recebia entregando jornais e
em  três  semanas  eu  tinha dinheiro  que  imaginava  ser suficiente
para  cobrir  o  custo  de  sua  janela.  Eu coloquei o dinheiro em um
envelope  com  um  bilhete  explicando  que  eu  sentia muito por ter
quebrado a sua janela e que esperava que aquele dinheiro cobrisse
o custo do reparo. 

Eu  esperei  até  escurecer,  fui  até a casa dela e passei o envelope
por baixo da porta. Minha alma se sentiu redimida e agora eu podia
olhar direto nos olhos daquela velha senhora. 

No dia seguinte, eu entreguei o jornal à senhora e pude retornar o
sorriso  que eu recebia dela. Ela me agradeceu pelo jornal e disse,
- Espere um pouco. Tenho algo para você. 

Era  um  saco  de  bolinhos. Eu a agradeci e continuei meu caminho
comendo os bolinhos. 

Após  diversos bolinhos, eu senti um envelope e puxei-o para fora
do saco. Quando eu abri o envelope, eu me abalei.  Dentro estava
o meu dinheiro e um bilhete que dizia:

"Fiquei orgulhosa de você".



                                                                         "Tradução de SergioBarros
                                                                         do texto de Jerry Harpt"



















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